sexta-feira, 10 de outubro de 2014

VIDA DE SOFRIMENTO



O que nós mais desejamos na vida é sermos felizes e vivermos em paz, e isso foi coisa que até aos meus 16 anos de idade raramente senti. Outra coisa que me faltou foi o amor e o carinho que os meus pais me deviam ter dado mais na minha infância.
Eu vivi esses 16 anos com medo, sufoco, sem saber o que esperar quando chegasse a casa vinda da escola, mas quando o meu pai saia de casa eu já sabia que quando voltasse ia haver outra vez brigas e que voltaria a bater na minha mãe, a destruir coisas. Magoava-me tanto ver a minha mãe a sofrer e a ser agredida e eu sem poder fazer nada.
Eu sei que não era eu que levava tareia, mas eu sofri muito e todos os filhos também sofrem com esta situação.
Mas o problema era que a minha mãe tinha medo de sair de casa, de como é que iríamos sobreviver e onde, se o meu pai viria atrás de nós, etc.… Mas eu não queria saber disso, eu só queria era acabar com aquela vida, pois na altura o meu maior sonho era fazer 18 anos e sair daquela casa para fora.
Até ao dia em que a minha mãe teve muita coragem e força para fazer o que há muito tempo já devia ter feito: sair de casa.
Claro que foi muito difícil e triste, mas foi a melhor coisa que ela fez na sua vida. Apesar do medo das dificuldades conseguimos arrendar uma casa e refazer a nossa vida.
O meu pai já está um novo homem e nós umas novas pessoas.
Por mais difícil que aparente ser olhar para o futuro e pensar que será difícil conseguir atingir a sua felicidade e paz, nunca desista, pois há muitas pessoas que a ajudam a si e aos seus filhos a alcançar a VITÓRIA!
Não sofra e não deixe os seus filhos sofrer! Lute! Pois quem não arrisca, não triunfa!
 
Filha de utente da UMAR Açores
 
Publicado na página IGUALDADE XXI no Jornal Diário Insular de 9 de Outubro de 2014
 

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